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693 – Banco vira palco de disputa de rivais na Ba

Boletim Eletrônico n°. 693 – Salvador 03 de janeiro de 2012

Banco vira palco de disputa de rivais na Ba
Governador petista quer transferir administração da folha de servidores para a Caixa, mas Geddel quer vetar a mudança
 
O Estado de São Paulo

A guerra entre PT e PMDB ameaça as operações de mercado da Caixa Econômica Federal. O governador da Bahia, Jaques Wagner, que é do PT, está acertando a transferência da administração da folha de pagamento dos 250 mil servidores ativos e inativos do Banco do Brasil para a Caixa a um preço de cerca de R$ 500 milhões .

O vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa, Geddel Vieira Lima, que é do PMDB e adversário de Wagner na Bahia, no entanto, trabalha para melar a negociação que está sendo feita entre o governador e o presidente da Caixa, Jorge Hereda.

O temor de Geddel é de que os R$ 500 milhões sirvam para que Wagner eleja o candidato a prefeito de Salvador em 2012. O petista favorito para a disputa é o deputado Nelson Pellegrino.

Geddel apoia o ex-prefeito Mário Kertész, que já foi homem de confiança do ex-senador Antonio Carlos Magalhães (DEM), e que hoje está no PMDB. O vice-presidente da Caixa tenta, ao mesmo tempo, montar uma frente de oposição a Wagner, que contaria com o PSDB do deputado Juthay Jr e com o DEM do deputado ACM Neto.

Na eleição para governador, no ano passado, Geddel disputou contra Wagner e perdeu.

Nessa briga, os peemedebistas têm usado todas as armas de que dispõem.

O deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão de Geddel, entrou com requerimento convidando a diretoria da Caixa a comparecer ao Congresso para explicar a operação de compra do Banco Panamericano pela estatal.

Os petistas que apadrinham os diretores da Caixa ligados ao partido argumentam que a convocação é pura provocação por parte do PMDB.

Nas conversas que já teve dentro do governo, Jorge Hereda foi questionado se não estava invadindo uma área que é do Banco do Brasil. Respondeu que é o presidente o quarto maior banco do País e que deseja levá-lo para o terceiro lugar do ranking. E isso significa entrar em demanda contra outros bancos estatais, como o Banco do Brasil.

Quando Jaques Wagner assumiu o governo da Bahia, em 2007, a folha de pagamentos dos servidores ativos e inativos do Estado era operada pelo Bradesco. Wagner negociou a transferência para o Banco do Brasil por cerca de R$ 485 milhões. Nem a Caixa nem o governo da Bahia divulgam o valor negociado atualmente, por causa do sigilo bancário, mas fala-se que será de pelo menos R$ 500 milhões.

Reação. No governo da Bahia, a informação é de que as negociações com a Caixa continuam, apesar da oposição de Geddel. Mesmo assim, Jaques Wagner já anunciou que não pedirá a cabeça do adversário à presidente Dilma Rousseff nem ao ministro da Fazenda, Guido Mantega.

O governador tem argumentado que Geddel quer se passar por vítima e estaria aguardando uma ação do adversário.

No Palácio do Planalto não se fala numa possível demissão de Geddel, pois é sabida a força que tem dentro do PMDB. Mas há um descontentamento com a forma como tem atuado.

Atribui-se a ele, por exemplo, o vazamento para os meios de comunicação das negociações que estão sendo feitas entre o governo da Bahia e a Caixa em torno da folha de pagamentos dos servidores.

 
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