26/10/15 – Bahia Econômica
EXPECTATIVAS DO MERCADO PARA PIB E INFLAÇÃO VOLTAM A PIORAR
As expectativas do mercado financeiro para a contração do Produto Interno Bruto (PIB) e para o comportamento da inflação neste ano e em 2016 voltaram a se deteriorar na semana passada, segundo o relatório de mercado, também conhecido como focus, fruto de pesquisa do Banco Central com mais de 100 instituições financeiras. O documento foi divulgado nesta segunda-feira (26).
Para o PIB deste ano, o mercado financeiro passou a prever uma retração de 3,02%. Foi a décima quinta revisão para baixo consecutiva do indicador. Até então, a expectativa era de uma contração um pouco menor neste ano: de 3%. Se confirmado, será o pior resultado em 25 anos, ou seja, desde 1990 – quando foi registrada uma queda de 4,35%.
Para 2016, os economistas das instituições financeiras aumentaram de 1,22% para 1,43% a expectativa de contração na economia do país. Esta foi a terceira queda seguida na previsão do mercado para o PIB do próximo ano. Se a previsão se concretizar, será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de contração na economia – a série histórica oficial, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem início em 1948.
Ao mesmo tempo, o mercado financeiro também passou a estimar mais inflação para este ano e, também, para 2016. Para 2015, a expectativa dos economistas é que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial, feche o ano em 9,85% – na semana anterior, a taxa esperada era de 9,75%. Se confirmada a estimativa, representará o maior índice em 13 anos, ou seja, desde 2002 – quando somou 12,53%.
Essa foi a sexta alta seguida no indicador. O BC informou recentemente que estima um IPCA de 9,5% para este ano. Segundo economistas, a alta do dólar e, principalmente, dos preços administrados (como telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, entre outros) pressiona os preços em 2015. Além disso, a inflação de serviços, impulsionada pelos ganhos reais de salários, segue elevada.
Para 2016, os economistas das instituições financeiras elevaram sua expectativa de inflação de 6,12% para 6,22% na última semana. Foi a 12ª alta seguida do indicador que continua se distanciando da meta central de 4,5% fixada para o ano que vem. Na semana passada, o BC admitiu que não conseguirá trazer o IPCA para a meta central de 4,5% no próximo ano. Segundo a autoridade monetária, isso será possível somente em 2017.