Boletim Eletrônico nº. 1527 – Salvador, 25 de maio de 2017
Em Brasília, fazendários presenciam estado policial de Temer
Repressão à Marcha dos trabalhadores
Os 29 fazendários baianos que se dirigiram à Brasília para a Marcha das centrais sindicais contra as reformas e por eleições diretas para presidente, realizada nesta quarta (24), presenciaram cenas de selvageria policial e repressão ao legítimo direito de protestos dos trabalhadores. A Polícia Militar e a Força Nacional foram convocadas para impedir que a manifestação se aproximasse do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional, em uma clara demonstração que Michel Temer e seus aliados implantaram uma ditadura civil no Brasil.
Elevado ao poder através de um golpe jurídico-midiático-parlamentar, Michel Temer avança contra o serviço público, com o PLP 257 e a PEC 55 (antigas 241), bem como contra os direitos dos trabalhadores, através das reformas da Previdência e Trabalhista e o PL da Terceirização Irrestrita. E envolvido até o pescoço em corrupção, o ilegítimo presidente tanta se manter no poder pela via autoritária, uma vez que perdeu o apoio de parte da mídia, em especial da Globo, sócia do golpe de maio de 2016, que hoje aposta em outro caminho para impor ao país as mudanças que o grande capital e os governos estrangeiros exigem.
REPRESSÃO GRATUITA
Foi contra isso que 200 mil pessoas foram se manifestar em Brasília. Mas como de praxe sob governos autoritários, mais uma vez se assistiu à ação de agitadores infiltrados, com o intuito de desviar a manifestação para a violência e assim justificar a repressão policial. O dia terminou com o golpista e corrupto Temer convocando o exército para reprimir a Marcha, fato que não ocorria desde a ditadura militar.
O movimento das centrais foi pacífico. Desde o início da manifestação, do alto do trio do caminhão de som, as lideranças avisaram que não permitiriam pessoas com rostos cobertos e incitadores de violência. Em dado momento, 50 agitadores profissionais, com máscaras e munidos com pedaços de pau, irromperam à frente da Marcha e logo depois os atos de vandalismo se iniciaram. Antes, eles passaram, sem serem abordados, em frente a um pelotão da PM, que, estranhamente, permitiu o seu avanço sem os impedir. O velho modus operandi da repressão, que tão bem conhecemos.
Um vídeo divulgado pela Rede Globo (veja abaixo) mostra policiais atirando a esmo contra manifestantes, sem que estivesse havendo ali qualquer ato de vandalismo. Os tiros não visavam proteção do patrimônio público, uma vez que havia tapumes de madeira na lateral, como bem pode ser visto nas imagens. Visavam fazer os trabalhadores recuarem, impedindo que a Marcha prosseguisse.
NOVA GREVE GERAL
A mobilização popular vai continuar até que Temer deixe o Palácio do Planalto e as reformas tenham sua tramitação suspensa, com a posterior convocação de eleições diretas para escolher o substituto do golpista. Os trabalhadores não aceitam eleição indireta no Congresso, via arranjos que deixem de fora a população da definição dos destinos da Nação. Estes parlamentares que aí estão, em sua maioria envolvidos em corrupção e que ceifaram o mandato conferido a Dilma por 54 milhões de eleitores, não têm legitimidade para elegerem um presidente.
Agora, as centrais sindicais marcarão uma nova greve geral, para continuar a pressão contra as reformas e contra Temer. A Fenafisco, federação que reúne 31 sindicatos do fisco estadual e distrital, estará mobilizada e mobilizando a sua base para reagir. Assim como participamos das atividades de março, da greve geral de 28 de abril e da Marcha neste 24 de maio, estaremos firmes na nova paralisação geral, que será marcada nos próximos dias.
Sindsefaz,
Avançar na Luta