Conquista da igualdade de gênero vai demorar 130 anos no Brasil

Se as atuais políticas que buscam garantir a igualdade de gênero no Brasil continuarem sendo aplicadas, sem interrupções, levaremos ainda 130 anos para alcançar o objetivo (antes da pandemia eram 90 anos). Esta foi uma das informações trazidas por especialistas durante a 9ª Plenafisco e o 9º Conafisco Extraordinário (Plenária e Congresso Nacional e do Fisco Estadual e Distrital), eventos que estão acontecendo no Recife Expo Center, na capital de Pernambuco. 

A Plenafisco teve como tema “O Protagonismo da Mulher na Política, Administração Pública e no Sindicalismo” e debateu assédio, ocupação de espaços de poder, recorte de gênero na tributação e machismo estrutural. As especialistas que participaram dos painéis trouxeram números interessantes para alertar para um problema que nossa sociedade resiste em resolver, que é desigualdade de gênero. 

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No mercado de trabalho, as mulheres ganham 35% menos que os homens. E mesmo em áreas onde avançamos, como na ocupação de cargos de gerência, que o Brasil evoluiu para o terceiro lugar do mundo, com 38,8%, o nível de remuneração ainda apresenta uma diferença gritante entre homens e mulheres, de 27%.  

Um outro traço do nosso atraso, amplificado nos últimos anos – após uma gestão no governo federal que naturalizava o machismo -, é a violência, que atinge oito entre 10 mulheres no Brasil. Todos os dias, 2.500 ações são movidas na Justiça por algum tipo de violência, com um quadro claro de subnotificação, dizem as especialistas. Em 2024, de janeiro a maio, a Justiça recebeu 380.735 ações de violência contra a mulher (assédios, agressões, estupro, feminicídio…). 

São números que nos envergonham e que devem ser motivo de reflexão da sociedade como um todo e de todos nós, individualmente, exigindo dos atores sociais e dos agentes políticos uma firme ação para mudar essa realidade. Na Sefaz-BA, por exemplo, todos os sete principais cargos da estrutura da Secretaria são ocupados por homens e nunca uma mulher ocupou o cargo de secretário. 

Mas esse problema envolve também os sindicatos. Por exemplo, a Fenafisco teve apenas uma presidente mulher, nossa colega Marlúcia Paixão, interinamente, por apenas 6 meses. Ela também foi a primeira vice-presidente da história da entidade. Aqui no nosso quintal, na diretoria do Sindsefaz, são cinco mulheres entre 18 diretores e nenhuma até hoje ocupou a Presidência (quando existia) ou a Diretoria de Organização, que é o cargo que assume as atribuições de presidente.

Salvador, 24 de outubro de 2024 | Boletim 3059

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