Economista-Chefe da Fiesp defende políticas de desenvolvimento industrial e critica juros altos

Logo após a abertura solene do 3º Congresso Estadual dos Fazendários, o economista-Chefe da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Igor Rocha, proferiu a conferência de abertura do evento. Ele falou sobre o tema “O Papel do Estado para o Desenvolvimento do País”. Durante sua palestra, apresentou uma realidade da economia brasileira.

Igor falou que a indústria sofre ainda os efeitos de um processo grande de desindustrialização, que segundo muitos especialistas, foi o maior ocorrido no mundo. Mas, segundo ele, há medidas em andamento que estão ajudando o setor, a partir de uma série de políticas governamentais, especialmente através de financiamentos do BNDES, como os inseridos no plano MAIS PRODUÇÃO, com R$ 250 bilhões disponibilizados.

O assessor da Fiesp defendeu que é preciso potencializar o crescimento industrial para ampliar a base de atuação de nossa economia, agregando mais valor e potencial ao país. “O crescimento da economia brasileira vem se dando em cima do mercado doméstico, que está aquecido, o que é bom, mas precisamos de um pouco mais, para não deixar o país dependente de um único fator”, disse ele.

Dados positivos

Rocha discorda daqueles que criticam negativamente a nossa economia. E citou dados para justificar sua posição. Mostrou que a taxa de desemprego do Brasil está em 6,8%, voltando ao patamar de janeiro de 2014, quando era de 6,7%. Mais importante, disse, é que estamos aumentando o número de empregos formais. Também valorizou o crescimento da massa salarial.

Adiante, Igor Rocha mostrou que olhando os dados da produção industrial, há um destaque ao avanço dos bens de capital, com o crescimento da produção de caminhões (cujo impacto econômico é direto) e da linha branca (fogões, geladeira, micro-ondas etc). Falou que houve um incentivo a mais vindo da liberação de R$ 131 bilhões em precatórios no final de 2023 e início de 2024, o que ajudará a elevar nosso PIB em no mínimo 3% este ano. 

Juros altos

Por fim, Igor criticou os argumentos para o aumento da taxa de juros. Coincidentemente, no momento em que sua conferência se iniciava, nessa quarta (18), o Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central anunciava a elevação da taxa Selic em 0,25%, chegando a 10,75%. Para ele, não temos uma inflação descontrolada. “Se comparada com nossos vizinhos da América do Sul, nossa situação econômica é melhor e a taxa de juros nesses países é menor”, disse. Por isso, defendeu, não se justifica tal taxa.

Para ele, é preciso debater o problema de maneira menos radical, olhando para nossa realidade concreta, para evitar a criação de falsos consensos, como este atual entre a maioria dos economistas, de que não podemos baixar os juros no Brasil.

Salvador, 19 de setembro de 2024 | Boletim 3027

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