Boletim Eletrônico nº. 1096 – Salvador, 29 de julho de 2015
DISCURSO DE JOSÉ MARIA
Dirijo meus cumprimentos iniciais ao Dr. Carlos Vanderlon, ilustríssimo Inspetor da INFAZ/FEIRA e Diretor em exercício da DAT/ NORTE, em nome de quem saúdo as demais autoridades presentes ou representadas. Queridíssimos colegas e convidados em geral.
Quero inicialmente agradecer o convite que me foi dirigido por Vanderlon para, em nome do grupo, prestar uma breve homenagem ao estimado colega e amigo Ariosvaldo.
Eu confesso a vocês que em nenhuma outra situação aceitei um convite dessa natureza com tanto prazer, com tanta alegria e satisfação. Sim, meus amigos! Porque é muito fácil falar de Ariosvaldo e para Ariosvaldo. E é muito fácil porque, em se tratando de Ariosvaldo, podemos ser muito verdadeiros, podemos falar com simplicidade, podemos falar com o coração, com a alma e não apenas com recursos intelectuais.
Meu amigo Ari, se é possível avaliar a trajetória de um homem pela contribuição que ele vem prestando à edificação de um mundo melhor, encontramos neste ponto muitas razões para homenageá-lo. Neste momento tão significativo, Ari, receba nossas homenagens, nosso carinho, nosso reconhecimento e nossos respeitos.
Em primeiro lugar, pela sua dedicação à causa fazendária. Como Auditor e, mais recentemente, com gestor, você trabalhou com muito esmero para que o Estado pudesse obter os recursos necessários ao cumprimento de suas obrigações. Numa área em que muitos, infelizmente, cometem exageros e até injustiças, você soube transitar com muita serenidade, com muita temperança, com enorme equilíbrio e firmeza de caráter. Encerrou sua carreira, sem deixar fissuras, sem deixar mágoas entre seus pares, sem perder a condição de abraçar cada colega e dizer, como você sempre o disse, conte comigo companheiro! Nos momentos mais difíceis da instituição, você sempre foi procurado para ajudar a avaliar situações conflituosas, para identificar as melhores alternativas de saída, para restabelecer o clima de paz e tranqüilidade no ambiente de trabalho. E o mais importante, meus amigos: nunca precisou lançar mão de outra arma que não fosse o diálogo!
Com colegas e contribuintes, sempre buscou o diálogo como instrumento na construção das soluções necessárias. Mas esta é apenas uma parte da sua história e, talvez, a mais conhecida de todos que aqui se encontram. Nesta grande hora, meu amigo, eu não poderia deixar de fazer referência a outras dimensões de sua carreira, igualmente relevantes para a sociedade.
Queremos homenageá-lo também, Ari, pela sua dedicação à família e por tudo quanto você tem feito, com a sua história de vida, para valorizar essa instituição tão importante chamada família.
A família é a célula-mãe da sociedade, é o chão sobre o qual aprendemos a caminhar, é o espaço mais importante para a disseminação de valores éticos e morais. Vai bem a família, vai bem a sociedade; não vai bem a família, não pode ir bem a sociedade. No âmbito familiar, educando seus filhos, quer seja pela força do exemplo, quer seja pelo seu caráter ou, ainda, pelos valores que tem transmitido a todos eles, você vem prestando uma grande contribuição à construção de um mundo melhor. Vem contribuído para formar filhos e netos mais humanos, mais solidários, mais preparados para respeitar e valorizar a vida. Vem contribuindo para formar jovens mais conscientes de que tudo é efêmero, tudo é passageiro, e de que, independentemente da condição social, todos somos passageiros de um mesmo bonde chamado vida e, como tal, podemos nos encontrar em diferentes estações e em circunstâncias nem sempre previsíveis.
Como esta consciência é importante, meus amigos, para moldar o nosso comportamento, para balizar nossos projetos de vida, para que o homem não caminhe sob a ilusória premissa da onipotência! Feliz e bem aventurado o pai que, como você, Ari, possa encontrar na própria história de vida referências tão positivas para os seus filhos e para o mundo em sentido geral.
Há algum tempo, tive o prazer de encontrá-lo em um Shopping da capital baiana e você me cumprimentou com um semblante de incontida felicidade. Em poucos segundos, você me fez entender o motivo de tanta felicidade, ao dizer que sua netinha acabara de nascer. Quantos, no mundo atual, praticamente não conhecem seus filhos! E o que dizer de seus netos?
Nossas homenagens, Ari, pelos bons serviços prestados, durante muitos anos, à causa da educação. Como nos lembra Castros Alves: Oh! Bendito o que semeia livros à mão cheia. E manda o Povo Pensar. O livro caindo n’alma é gérmen que faz a palma, é chuva que faz o mar. Na base de todo o progresso e em todas as áreas do conhecimento, sempre encontramos a figura do professor, como parceiro insubstituível no processo de produção e difusão do saber. É impossível fazer menção à história do curso de Ciências Contábeis da UEFS, sem fazer menção ao seu trabalho, sem fazer menção à sua dedicação, à sua capacidade de articulação e de unir esforços para superar desafios, para contornar crises institucionais e outras dificuldades.
Como Professor da Universidade Estadual de Feira Santana, você também contribui muito para edificar um mundo melhor. São vários os exemplos que poderíamos citar. No tempo em que muitos questionavam se valia à pena investir na qualificação de quadros, liberando professores de suas atividades acadêmicas para realizar mestrado e doutorado em outros estados da federação e no exterior, você nos dizia: ainda que eles não voltem ou que não permaneçam na UEFS, entendo que vale a pena, sim! No futuro, onde estiverem trabalhando, estarão trabalhado com mais qualidade, estarão prestando melhores serviços á sociedade, estarão produzindo conhecimentos que beneficiarão todo o mundo. A UEFS pode não ganhar, diretamente, mas a sociedade, em sentido mais amplo, acabará ganhando.
E, desse modo, você acabou ajudando a abrir caminhos para que muitos colegas, como eu, pudessem avançar em seus estudos. Se estivessem aqui, agora, certamente eles estariam também manifestando a sua gratidão e o reconhecimento pelo trabalho que você realizou naquela instituição. Para ficar em exemplos mais recentes, teríamos o Professor Antônio Carlos Ribeiro, o Professor Herval Moura, a Professora Célia Sacramento, hoje vice-prefeita de Salvador. Com seu espírito de desprendimento, com sua visão de que as instituições devem prevalecer sobre interesses individuais, você adicionou capítulos importantes à história do Curso de Contábeis da UEFS. Não falo por ouvir dizer, falo como testemunha e na condição de co-autor dessa mesma história. Todos que tiveram o prazer de desfrutar de seu convívio profissional naquela instituição aprenderam muito com a sua humildade, com sua temperança, com sua paciência e com a eterna disposição para dialogar.
Queremos homenageá-lo também pela sua dedicação aos estudos. Depois de muitos anos de ensino, com o mesmo ânimo dos que se iniciam na carreira acadêmica, você abraçou o desafio do mestrado. Assim agindo, você despertou nos colegas mais jovens o desejo de continuar buscando o conhecimento, de continuar estudando para servir melhor. Mas o interessante é que você não buscou essa qualificação adicional apenas para si. Pelo contrário, você arregimentou outros colegas, como os Professores Carlos Brito, Kelly Cristina, Luis Ivan e Herval Moura para que o grupo se tornasse mais forte. Assim agindo, você não pensou somente em si. Mais uma vez, em primeiro lugar, pensou na instituição, pensou no coletivo. Muitas vezes, assumiu encargos docentes em volume muito superior ao devido para que outros colegas pudessem se afastar das atividades e concluir seus cursos de mestrado e doutorado. Continuou ensinando até quando lhe foi possível, no limite de suas forças, e sempre com serenidade, com entusiasmo, como quem se sente recompensado pela certeza de que o professor se perpetua na pessoa do aprendiz. Lidando com a frieza dos números, nunca deixou de estimular em seus alunos comportamentos de cidadania, de respeito à natureza e de apreço pelos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.
Não tenho o direito de encerrar essa pequena homenagem com uma frase que nos faria lembrar um saudoso apresentador da televisão brasileira chamado J. Silvestre. Se aqui estivesse, com muito orgulho, ele diria: ARIOSVALDO, esta é a sua vida! E ele estaria correto, sim. Mas é preciso dizer que a sua história de vida é muito mais rica, é muito mais abrangente; não se resume às dimensões exploradas neste momento.
Para encerrar, querido amigo, queremos te agradecer, mais uma vez, pelo passado e pelo presente. Sim, porque você continua nos ensinando muito e ajudando a construir um mundo melhor com a sua serenidade, com sua grandeza de espírito, com sua paciência, com seus gestos de fé e de esperança. E, porque não dizer, com a sua enorme fortaleza. Sim, meus amigos, porque como nos diz São Paulo em uma de suas cartas: QUANDO EU SOU FRACO, É AI QUE SOU FORTE! Estamos aqui para dizer, em alto e bom som: muito obrigado Ari! Valeu, valeu!
José Maria Dias Filho