Boletim 1830 – Salvador, 04 de fevereiro de 2019
A TV Santa Cruz produziu matéria na sexta (01) sobre o fechamento da Inspetoria de Ilhéus (veja abaixo). O material foi exibido no BA TV e assistido pelos espectadores das cidades cobertas pela afiliada da Rede Bahia. Além de abordar a reação contrária dos fazendários e da comunidade diante do açodado fechamento dessa Infaz, o VT ouviu um preposto do governo sobre as razões dessa medida, no caso, o inspetor de Itabuna, Nélio Manoel dos Santos.
Coube a ele afirmar, em sua fala, que 95% dos procedimentos da Secretaria da Fazenda podem ser resolvidos de forma virtual, o que qualquer servidor da Sefaz sabe que não é verdade. E para quem não sabe, é só perguntar a um contador que lida com processos de contribuintes que ele vai contestar este percentual.
O Sindsefaz também observa o quanto é difícil para o Gabinete da Sefaz explicar essa medida açodada, fato que ficou bem explicitado na matéria da TV Santa Cruz, durante a fala do inspetor de Itabuna. Claramente desconfortável (confira entre o 1min20seg e 2min05seg), ele lia um documento da ONG idealizada por Rodolfo Tourinho e que hoje faz de assessoria de imprensa do secretário Manoel Vitório.
A ONG – que se apresenta como sindicato, após conseguir, não se sabe como, um registro no Ministério do Trabalho em plena vigência da unicidade sindical, tem íntimas ligações com DEM/PFL e fez oposição sistemática ao governo Wagner (2007-2014) -, hoje parece bastante confortável como veia de transmissão da gestão Vitório, tanto que lhe cabe, vez por outra, ir à imprensa falar como se fosse governo ou soltar papéis ao vento com números truncados sobre a arrecadação da Bahia.
É anormal para um sindicato (sic!) ser o responsável por explicar a terceiros as políticas (ou a falta delas) do patrão. E ainda mais anormal quando estas afetam diretamente os trabalhadores que diz representar. São 157 os fazendários, dentre estes, muitos auditores fiscais, impactados pelo fechamento das nove Infaz, sem uma discussão prévia. Mas nesse caso parece não haver incômodo.
