Boletim 1871 – Salvador, 11 de abril de 2019
Em nota publicada na Sefaz Net, na última segunda (08), o Gabinete do secretário Manoel Vitório justifica que a cassação da liberação para exercício da atividade sindical dos diretores Cláudio Meirelles e Ubirajara Lima respeitou apenas orientação da Procuradoria Geral do Estado. Contesta, portanto, que seja perseguição ao Sindsefaz, como temos afirmado.
As atitudes do Gabinete, porém, provam exatamente o contrário. Poderíamos listar várias nos últimos anos, mas vamos citar apenas uma, bem recente. Quatro dias antes da publicação da nota na Sefaz Net, o Sindicato recebeu resposta negativa da Diretoria Geral (veja abaixo) ao pedido feito pela entidade para usar o saguão do Prédio Sede para realizar uma exposição de fotografias. A justificativa, patética, é uma delação inconsciente.
Vale a pena ler.
Impressionante que para no máximo uma dezena de cavaletes com fotografias o saguão não pode ser liberado porque incomodará a circulação. Porém, em dezembro passado, sem que houvesse qualquer manifestação contrária por parte do secretário, do sub-secretário ou da Diretoria Geral, uma ONG (que atualmente presta assessoria informal ao Gabinete) ocupou o local por vários dias, com a presença, segundo a própria organização não governamental publicou à época em seu site, de centenas de pessoas. Também não se tem notícia de que a Polícia Militar tenha sido acionada para desocupar o local, para a possibilidade de não ter havido autorização.
Ademais, negar, sob o segundo argumento, de que não se sabia a duração nem o porte da exposição, revela a má vontade, uma vez que um simples telefonema, ou mesmo um ofício, para a exigência de formalidade, poderia esclarecer tais dúvidas. Falamos do simples uso da comunicação, coisa normal a qualquer ser humano que adquiriu o manejo da fala ou da escrita.
Entidade de luta
O Sindsefaz sabe que o secretário Manoel Vitório fez uma opção política na Sefaz. É direito dele dirigir a Fazenda com os mesmos quadros que outrora serviu ao DEM/PFL, partido de oposição ao governo do PT e ao governador Rui Costa. Assim como também não podemos obrigá-lo a conviver bem com o nosso Sindicato, respeitando modernas relações de trabalho. Cada gestor tem sua forma, questionável ou não, de se relacionar com os trabalhadores que lhe são subordinados.
Porém, ele não pode usar de dois pesos, duas medidas, quando se trata da liberação do espaço público. Ao fazer isso, age como se o saguão da Secretaria pertencesse a ele e não ao Estado. Sem falar no desrespeito a três mil fazendários filiados ao Sindsefaz, que têm o mesmo direito de usar o local, da mesma maneira que aquelas “centenas” de fazendários que ficaram lá por dias, em dezembro. Essa postura é regredir ao tempo do carlismo, de Rodolfo Tourinho e Albérico Mascarenhas, período do qual o fazendário que se respeita não tem nenhuma saudade.
Nossa entidade vai continuar firme na luta. Se a exposição de fotografias de fazendários não pode ser realizada no saguão da Secretaria da Fazenda, encontraremos outro lugar para abrigá-la. Mas uma coisa é importante que o secretário saiba: não abriremos mão de lutar pelo direito ao uso do saguão do Prédio-Sede que, repetimos, é público, nem tampouco de legitimamente defender os direitos dos fazendários, este último, motivo que tem gerado a perseguição em curso. Não somos uma entidade chapa branca, que se abriga em qualquer governo no plantão.