O presidente Bolsonaro, se reeleito neste domingo (30), pretende dar um choque nas aposentadorias dos brasileiros, com o fim dos reajustes automáticos pela inflação. Paulo Guedes chama isso de “desindexação”, a partir de janeiro de 2023.
Hoje as aposentadorias pagas pelo INSS são reajustadas anualmente. A reposição é feita de acordo com a inflação registrada no período anterior. Isso vale também para o salário mínimo. O que o governo pretende é acabar com essa obrigatoriedade. Ou seja, não seria mais obrigado a repor a perda inflacionária.
Qualquer pessoa bem informada sabe que o fim da desindexação vai significar a redução do valor real das aposentadorias. Isso porque, os reajustes podem ficar abaixo da inflação e ir perdendo, ano após ano, seu poder de compra.
Os servidores, ativos e aposentados, precisam colocar suas barbas de molho. Além da Reforma Administrativa, que já está tramitando no Congresso e deverá ser aprovada caso o presidente seja reeleito (com sua coleção de mazelas), esse plano da redução das aposentadorias/pensões do setor privado “via desindexação” pode ser estendido ao setor público.
Salário mínimo
Bom lembrar que este governo acabou com a política de valorização do salário mínimo, implantada em 2007, que vinha garantindo ganhos reais todos os anos. E prepara um outro golpe com o pacote de “desindexações” de Guedes.
Relembrando, após negociações com as centrais sindicais, o governo Lula implementou em 2007 um programa de recuperação do salário mínimo, que duraria até 2023. Essa política teve como critérios o repasse da inflação do período, com o aumento real pela variação do Produto Interno Bruto (PIB), além da antecipação da data-base de sua correção – a cada ano – até ser fixada em janeiro, como aconteceu em 2011.
Essa política permitiu que o salário mínimo tivesse aumento real de 59% nos governos de Lula e Dilma. Já a partir de 2017, com Michel Temer, o mínimo passou a perder poder de compra, mas não porque mudou-se a política e sim porque o PIB não cresceu no seu governo. Com Bolsonaro, a política foi simplesmente extinta. E o mínimo teve 0% de aumento real entre 2019 e 2022.
Objetivo não assumido
No fundo, o que o governo pretende fazer, caso reeleito, é um ataque casado à aposentadoria e salário mínimo, de forma a reduzir os gastos federais. Veja abaixo vídeo bastante explicativo no qual o economista Eduardo Moreira desnuda quais os planos da dupla Paulo Guedes/Jair Bolsonaro.
Salvador, 25 de outubro de 2022 | Boletim 2675
