Boletim 1909 – Salvador, 10 de junho de 2019
Na sexta (14), os trabalhadores brasileiros vão parar em adesão à Greve Geral convocada pela centrais sindicais. O movimento tem a pretensão de pressionar o governo federal e frear sua política de desmonte dos direitos trabalhistas e previdenciários do povo brasileiro, bem como suas medidas e projetos que atentam contra a soberania nacional, o meio ambiente, a educação e a saúde.
Quase seis meses de governo e até agora o presidente só atentou contra o povo. Nesse período, vimos avançar o desemprego, o arrocho salarial, a retirada de direitos trabalhistas, a precarização do trabalho, o trabalho escravo, o corte de políticas de proteção social e de renda mínima como o Bolsa Família, a paralisação dos programas de moradia, de defesa dos direitos das mulheres e da juventude, bem os cortes na educação pública. Some-se a isso o ataque à Previdência Social, com uma reforma que vai praticamente inviabilizar a aposentadoria de quem ingressar agora no mercado de trabalho e dificultar para quem já trabalhou por décadas.
Bolsonaro segue, de forma mais radical, a agenda ultraliberal retomada no governo Temer. O que se assiste é o desmonte das instituições e da legislação de direitos humanos, ambiental, fundiária, de soberania e segurança alimentar. Não à toa, dados já mostram o aumento do desmatamento, do ritmo de exploração dos bens naturais, da liberação e uso de agrotóxicos, da violência contra as mulheres (aumento do feminicídio) e contra a população LGBT, do genocídio da juventude negra e da violência no campo.
Tais mazelas advêm como consequência de medidas provisórias enviadas ao Congresso e decretos governamentais, promovendo, por exemplo, o fechamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), do Trabalho e da Cultura, bem como a reformulação da Secretaria de Aquicultura e Pesca. Na mesma linha, veio o sucateamento do Incra, Funai, Ibama, ICMBio, Fundação Palmares e a extinção dos conselhos de participação social, a exemplo do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea), Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica e Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais.
Só a reação dos trabalhadores e do povo em geral freará o governo e pressionará o Congresso a não aprovar essa agenda atrasada e antinacional. Os fazendários baianos seguirão a orientação da Fenafisco, que indicou a seus sindicatos filiados a adesão à greve geral. O Sindsefaz conclama os colegas a abraçarem este movimento, em defesa do trabalho, da aposentadoria e do futuro do país.