Boletim 1805 – Salvador, 18 de dezembro de 2018
Uma boa mostra do descaso com que a Sefaz vem sendo administrada e como a fiscalização perdeu qualquer importância na atual gestão é a situação dos postos fiscais. O que acontece no Heráclito Barreto, em Paulo Afonso, é o retrato da denúncia que o Sindsefaz vem fazendo há anos. Uma obra que começou em abril, foi suspensa em outubro, sem ser finalizada, deixando para trás um rastro de problemas e desperdícios.
O que se sabe é que no dia 5 de outubro a construtora retirou todos os seus funcionários da área do Posto. Como o serviço foi iniciado sem que os fazendários que trabalham no PF fossem ouvidos, quando empresa foi embora não deixou positivo nem o que foi feito, pois vários serviços foram realizados de forma errada.
Por exemplo, não houve um planejamento para a instalação das tomadas de energia elétrica, com determinação das voltagens (110v e 220v). Com isso, chegamos a situações sui generis, como ocorre na cozinha, onde não se pode ligar geladeira, freezer, fogão elétrico, forno de micro-ondas e outros equipamentos. O posto não recebeu também um quadro de distribuição e nem previu a instalação de condicionadores de ar.
Tem mais. A porta da cozinha foi substituída por outra de largura menor. O resultado é que tem equipamento que simplesmente não entra no local. Já o “balcão” que foi colocado para o pessoal almoçar foi feito na medida de Itú, na altura (90 cm) e adequado para pigmeus, na largura (50cm). Além de ser obrigado a almoçar praticamente em pé, o fazendário ainda tem que se virar com o espaço limitado.
Na cabine de fiscalização ficou outra pérola. Os vidros colocados pela empresa são opacos. Ou seja, o fazendário não enxerga o que acontece no lado de fora, em um misto de insegurança e dificuldade para executar o serviço. A pista de rolamento também não passou por reparos.
A falta de condições de funcionamento dos postos fiscais é um problema concreto, pois prejudica a fiscalização. Já a obra não acompanhada em sua execução e não concluída demonstra total falta de zelo com o dinheiro público. Dinheiro que o governo diz não ter para reajustar os salários dos servidores ou bancar sua previdência.