Para marcar a passagem do Dia Internacional da Mulher, o Sindicato realizou, na manhã desta quarta (08), um café da manhã, em sua sede, em Salvador. No cardápio, o fim da discriminação e das violências de gênero, que apesar da recorrência do tema e das campanhas de combate, continuam vivas em nossa sociedade.
Ao evento acorreram cerca de 40 pessoas, a maioria mulheres fazendárias, atendendo o chamado do Sindsefaz. Na oportunidade, a direção da entidade chamou a atenção para a necessidade de ações permanentes de debate e exigência de igualdade entre homens e mulheres. Mesmo com os avanços que se têm conquistado com a luta, ainda estamos distante do que seria ideal.
Observamos avanços na representatividade na política das mulheres, mas ainda está muito aquém de um equilíbrio. Mesmo sendo 52,5% da população, as mulheres representam apenas 17,7% das vagas no Congresso Nacional. São 91 deputadas num universo de 515 parlamentares e 10 senadoras num universo de 81 representantes. Nenhuma das 10 senadoras obteve vaga na Mesa do Senado, de sete membros. E apenas uma mulher compõe a Mesa da Câmara, também com sete representantes.
Na Bahia, dos 517 municípios, apenas 52 têm prefeitas, 12,78% do total no período atual. O número é até menor que no mandato anterior, quando 54 cidades eram dirigidas por mulheres. Quando analisarmos o organograma do governo da Bahia, que tem no governador Jerônimo (PT) um entusiasta da luta pela igualdade, dos 29 principais cargos, apenas 8 são ocupados por uma mulher.
Mas não é somente nos espaços políticos que as mulheres vivem desafios. No mercado de trabalho, além do assédio moral e sexual, dos quais são as vítimas potenciais e quase a totalidade dos casos, encaram uma discriminação explícita no contracheque, com remuneração 22% menor que o dos homens. Essa situação vinha mudando no Brasil, mas a partir de 2020 voltou a crescer, provavelmente por causa do ambiente misógino criado pelo governo Bolsonaro.
Essa realidade é observada até onde já deveríamos ter alcançado avanços concretos, como no movimento sindical. Aqui mesmo no Sindsefaz podemos perceber tal realidade. São 13 homens e apenas 5 mulheres em nossa diretoria executiva. Na Fenafisco, apenas em 2022 uma mulher chegou à Presidência da entidade, com Marlúcia Paixão, dirigente do Sindsefaz, que ocupou o cargo por seis meses durante a licença do presidente. Ela já havia sido, em 2019, a primeira mulher a ocupar a vice-Presidência da organização.
São realidades objetivas que nos impõem a tarefa cotidiana de vigiar para avançar. Pode ser a mesma tecla, mas precisamos desgastá-la, insistindo por mais espaço político às mulheres, por igualdade salarial, pelo fim do assédio, pelo fim da violência física e do feminicídio, por maior presença feminina em cargos de comando.
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Salvador, 08 de Março de 2023 | Boletim 2735