Boletim 2355 – Salvador, 26 de fevereiro de 2021
Foi lançada na última quinta (25), na Assembleia Legislativa da Bahia, a Frente Parlamentar em Defesa da Indústria e do Emprego, iniciativa aprovada pela Mesa Diretora da Casa, após projeto elaborado pela deputada Olivia Santana (PCdoB). O movimento será estendido a um apoio aos mais de 10 mil trabalhadores que direta ou indiretamente estão sendo atingidos pela decisão da Ford de fechar a fábrica na Bahia.
A Frente será um fórum de debates para analisar os impactos da desindustrialização por qual passa o Brasil e a Bahia, além de propor alternativas para enfrentar o problema. É grande a preocupação do Sindsefaz com esta situação porque impacta sensivelmente a arrecadação de ICMS, o que pode trazer sérios problemas financeiros para o Estado nos próximos anos.
Este fórum também será um espaço importante para debater a guerra fiscal e as políticas de atração de empresas praticadas por estados menos industrializados, como a Bahia. É bom lembrar que a Ford, por exemplo, recebeu, segundo cálculos da Confederação dos Metalúrgicos, R$ 20 bilhões em isenções fiscais entre 1999 e 2020 e esta renúncia de arrecadação precisa ser colocada na mesa na hora de a companhia ser cobrada pelos governos.
Ao mesmo tempo em que a Ford anunciou o fechamento da unidade baiana, também a Petrobras tomou medidas para reduzir sua presença no Estado. A venda da refinaria Landulfo Alves (RLAM), em Mataripe, é um péssimo sinal, pois o setor de petróleo já havia reduzido sensivelmente seus investimentos por aqui, desde que o golpe de 2016 derrubou a presidenta Dilma Roussef. Desde então, sob Temer e Bolsonaro, a estatal só reduziu suas ações na Bahia.
Outras empresas também têm deixado o Brasil, com impactos diretos na Bahia. No final de 2020 a alemã Bosch encerrou suas atividades no Porto de Aratu, causando a demissão de centenas de trabalhadores. Mas esta realidade atingiu outras tantas muitas pequenas empresas que atuavam como terceiras no setor industrial baiano, impactadas pela desativação das gigantes citadas.
Tudo isso tem forte impacto nas finanças da Bahia e é motivo de grande preocupação no Sindsefaz.