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Luta para a transformação de uma sociedade desigual e violenta


Boletim 1845 – Salvador, 07 de março de 2019

Aos trabalhadores e trabalhadoras, não há caminho que não seja o da luta. Às mulheres, não há alternativa à afirmação cotidiana da transformação social para construirmos uma sociedade mais igual e sem violência.

Apesar de serem agentes principais de importantes mudanças sociais ao longo do último século, as mulheres ainda trabalham mais, ganham menos e são responsáveis pelos filhos e pelo trabalho doméstico. Em tempos de crise, como agora, são elas as maiores vítimas da precarização do trabalho e da flexibilização de direitos. É só olhar o resultado da reforma trabalhista e a atual proposta de reforma da Previdência.

Em 2018, 1,6 milhão de mulheres foram espancadas no Brasil e mais de 1.200 foram mortas por feminicídio. O dado mais estarrecedor é que metade desses crimes ocorreram dentro de casa. Violência que não se resume a agressão física. Ainda no ano passado, 22 milhões (37,1% do total) de brasileiras passaram por algum tipo de assédio.

Estes números são alarmantes, registrados mesmo em um cenário de endurecimento da legislação penal, como a Lei Maria da Penha, de 2006 e a tipificação do feminicídio como crime hediondo, de 2015. O que se observa é que há um ambiente de permissividade, agravado no último período com a eleição de um governo de perfil machista, misógino e preconceituoso. Um governo que libera o porte de arma em casa, exatamente onde morrem metade das mulheres vítimas de violência de gênero.

A mudança desse paradigma passa por transformações em todo o tecido social. Mudanças alvissareiras que ainda não se realizaram, mesmo com os muitos avanços registrados nos últimos 130 anos. São ações que exigem compromisso de toda a sociedade para serem efetivadas, seja através de políticas públicas, seja através da construção de uma nova consciência de gênero, na escola, na família, na igreja, no ambiente de trabalho. 

Neste 8 de Março, quando comemoramos o Dia Internacional da Mulher, queremos convocar fazendários e fazendárias a contribuírem com este processo transformador. Não há caminho para esta mudança que não seja através da luta para substituir o sistema opressor. Uma luta que exige a participação de todos nós.

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