A presidenta em exercício da Fenafisco, Marlúcia Paixão, que também é diretora de Finanças do Sindsefaz, participou nesta quarta (11) de evento promovido conjuntamente pelo COMSEFAZ, ENCAT, COGEF, GEFIN e GDFAZ para debater a a importância da transformação digital na Gestão Fazendária. Foi mais uma iniciativa para fortalecer o movimento conjunto de transformação digital nas secretarias estaduais, adaptando suas estruturas à realidade atual e fortalecendo o federalismo fiscal.
Em sua intervenção, Marlúcia falou sobre o novo cenário mundial, fundado na tecnologia informacional e numa economia em constante mutação, que trouxe implicações na atuação do fisco e, portanto, impôs à Administração Tributária rever seus processos organizacionais, adaptando-os a essa nova realidade. “A crônica inconstância das políticas cíclicas de restrições orçamentárias aponta para a urgência no investimento e a modernização do fisco como uma possível solução à carência de recursos públicos nos três entes, União, Estados e Municípios”, disse ela.
Para Marlúcia, a Administração Tributária é uma grande consumidora e fortemente dependente de tecnologia da informação. “Isso é uma realidade mesmo num ambiente de processos organizacionais não formatados para obter o rendimento máximo que a TI permite, com programas e projetos anteriores ao novo cenário da economia e da sociedade trazido pela informatização”, observou.
Representando a Fenafisco no evento, a diretora do Sindsefaz reconheceu a necessidade de avançarmos, uma vez que a tecnologia foi apenas adicionada à Administração Tributária, mas os processos não foram configurados ainda para essa nova realidade. “Em geral, o servidor fiscal tem um aplicativo para manusear dados e papéis de trabalho digitalizados, mas a sua rotina permanece a mesma ao seguir roteiros de fiscalização anteriores à informatização”, disse ela.
A fazendária baiana defendeu que a Administração Tributária pode deslocar a fiscalização para contribuintes ou regiões que oferecem maior risco de sonegação e informatizar às rotinas de auditoria fiscal e procedimentos de arrecadação, se aproveitando do amplo acervo de informações hoje disponíveis, com todas as movimentações comerciais, compras e vendas, dos contribuintes sob a sua circunscrição fiscal.
E esta apropriação de tecnologia pode se dar sem prejudicar o emprego do pessoal do fisco. “A automação não afasta o preparo e qualificação do fazendário, uma vez que este novo processo demandará uma capacitação mais voltada a detectar a sonegação e auditorias contábeis mais complexas, exigindo uma renovação contínua do quadro funcional”, defendeu Marlúcia.
Por fim, declarou que as Secretarias de Fazenda não podem se dar ao luxo de não acertar o passo ante o incessante turbilhão de mudanças tecnológicas, promovendo mudanças estruturais e processuais para se fazer, com os instrumentos emergentes, coisas novas com mais eficiência e eficácia, coisas antes impossíveis de serem feitas.
Salvador, 12 de Maio de 2022 | Boletim 2599