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Pesquisa mostra que racismo é principal discriminação no trabalho

Hoje é 20 de novembro, dia em que comeramos a consciência negra. A data faz referência à morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares (localidade situada entre os estados de Alagoas e Pernambuco). Em Salvador, uma caminhada marca a passagem da data e sairá à tarde, do bairro do Curuzu, da Sensala do Barro Preto, onde fica a sede do bloco Ilê Ayê.

Na passagem desta data, queremos chamar a atenção para um problema comum enfrentado pelos trabalhadores negros no Brasil e no mundo. Uma pesquisa recente feita pela empresa CEGOS, de treinamento e desenvolvimento, para a CNN Brasil, mostra que 75% das empresas brasileiras têm o racismo como principal discriminação no ambiente de trabalho. O estudo ouviu mais de 4 mil profissionais de RH em sete países: Brasil, França, Alemanha, Itália, Grã-Bretanha, Espanha e Portugal. Pelo mundo, 82% dos entrevistados já testemunharam alguma forma de discriminação no trabalho. O resultado mostra que, mesmo com leis existentes, a discriminação ainda é forte.

Números

Mas, além do assédio causado pela cor no local de trabalho, os negros enfrentam as variantes do racismo no mercado laboral, que se manifesta no nível de empregabilidade, nos salários e na ocupação dos cargos. Dados do segundo trimestre de 2023, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE, mostra a desigualdade em números e como o mercado de trabalho ainda é espaço de reprodução da desigualdade racial.

Na data da pesquisa, entre os desocupados, 65,1% eram negros. A taxa de desocupação das mulheres negras é de 11,7%, mesmo percentual de um dos piores momentos enfrentados pelas pessoas não negras: a pandemia, enquanto a taxa de desocupação dos não negros está em 6,3%. Quase metade (46%) dos negros estão em trabalhos desprotegidos. Entre os não negros, essa proporção era de 34%. Uma em cada seis (16%) mulheres negras ocupadas trabalha como empregada doméstica. Os números mostram ainda que as mulheres negras ganham 38,4% menos que mulheres não negras e 52,5% menos que homens não negros. Já os homens negros ganhavam 40,2% menos que homens não negros e 22,5% menos que mulheres não negras.

No que diz respeito à ocupação de cargos, embora representem 56,1% da população em idade de trabalhar, os negros ocupavam apenas 33,7% dos cargos de direção e gerência. Apenas um em cada 48 trabalhadores negros ocupa função de gerência, enquanto entre os homens não negros a proporção é de um para 18 trabalhadores. E não é preciso ir muito longe para conferir como o IBGE está correto, bastando olhar a atual composição diretiva da Sefaz-BA.

Origem da data

O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi instituído oficialmente pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011 por reivindicação do movimento negro. Coincide com a data da morte de Zumbi, assassinado em 1695 por bandeirantes liderados por Domingos Jorge Velho.

A data da morte de Zumbi foi descoberta por historiadores no início da década de 1970, motivando aos movimentos que lutam contra a discriminação racial, em 1978, a elegerem a sua figura como um símbolo da luta e resistência dos negros escravizados no Brasil, bem como da luta por direitos que os afro-brasileiros reivindicam.

A data é feriado estadual em Alagoas, Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo, além de feriado municipal em 1.260 cidades brasileiras. Em Salvador, o 20 de novembro não foi eleito ainda a esta categoria, pois a cidade já possui quatro feriados locais (limite imposto por lei federal): Corpus Christi, São João, 2 de Julho e 8 de dezembro (Nossa Senhora da Conceição).

Salvador, 20 de novembro de 2023 | Boletim 2866

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