Boletim 1889 – Salvador, 14 de maio de 2019
Professores e estudantes paralisam atividades por 24 horas nesta quarta (15), em todo o Brasil. É a greve geral da educação, em protesto contra as medidas do governo Bolsonaro, de desmonte do ensino público e ataque à aposentadoria. O movimento reúne tanto a rede pública como a particular.
Desde 30 de abril, o Ministério da Educação anunciou um corte linear de 30% no orçamento das universidades. Em alguns casos o corte é maior, como na UFBA, cuja tesoura ideológica do MEC retirou 43% dos recursos. Tal medida representará a inviabilização do funcionamento das instituições.
O ataque à Educação visa inibir o direito de livre pensar do povo brasileiro. Tradicional reduto de debate e discussão democrática, a universidade é o primeiro alvo daqueles que não conseguem conviver com o contraditório, como é o caso dos integrantes do governo Bolsonaro. Atende também ao objetivo de impedir a produção de ciência e o desenvolvimento de tecnologia, tornando o Brasil refém das potências estrangeiras em áreas estratégicas. O objetivo final é tornar o país um mero satélite dos EUA.
O movimento chamará a atenção também para a reforma da Previdência que, se aprovada, vai praticamente inviabilizar a aposentadoria dos trabalhadores. A PEC 06/2019 aumenta a idade de se aposentar para 65 anos, dificulta a obtenção de benefícios por idosos e trabalhadores rurais, aumenta as alíquotas previdenciárias dos servidores públicos melhor remunerados – como os fazendários – e acaba com o regime de repartição solidária para implantar a capitalização, sem contribuição patronal ou do governo e com o dinheiro administrado pelos banqueiros.
Apoios
Diversas categorias de trabalhadores estão apoiando o movimento dos professores e estudantes. Os petroleiros, por exemplo, estarão realizando paralisações e protestos durante todo o dia, chamando a atenção para o desmonte da Petrobras e a entrega do Pré-Sal. A categoria denuncia a venda de refinarias e outros ativos da estatal, bem como a liberação de reservas de petróleo, antes controladas pela empresa, a petrolíferas estrangeiras. Ambas as medidas comprometem a soberania do Brasil em uma área estratégica da economia.
A greve geral da educação nesta quarta (15) é o segundo movimento de alcance nacional contra as políticas nefastas do governo Bolsonaro, que comprometem o futuro do país. O primeiro aconteceu com os atos unificados do 1º de Maio, Dia do Trabalhador. E se seguirá com a Greve Geral de todos os trabalhadores, que acontecerá no dia 14 de junho, convocada unitariamente por todas as centrais sindicais com atuação no país (CGTB, CSB, CTB, CSP-Conlutas, CUT, Força Sindical, Intersindical, Nova Central e UGT).
À luta pelos direitos e em defesa do Brasil.